Who loves time like I do this clamouring morning that moves away and makes me feel empty at sea? Who devours this breath of air so mouth soothing, so wave-like, water bells to my ears? A bowing time, childhood bent knees, before the obsessive mother, unfolding, wave after wave, carrying sorrow up to this rock that sucks in my years and bites, slowly, the memory of life. |
Quem ama o tempo como eu nesta manhã de ruídos que se afastam de mim e me fazem sentir vazio no meio do mar? Quem devora este ar tão benfazejo à boca e ao replicar das ondas nos ouvidos como sinos de água? Um tempo que se curva, com o início nos joelhos dobrados na infância, na mãe obsessiva, e vem, como de onda em onda, transportando as dores, até este rochedo que me suga os anos e morde, devagar, a memória da vida. |